Luto: campeão do mundo com a Seleção Brasileira é assassinado
O ex-jogador da Seleção Brasileira de vôlei, Everton Fagundes Pereira da Conceição, conhecido como “Boi”, foi assassinado na noite desta quinta-feira (10), em Cuiabá. Aos 46 anos, o ex-atleta foi encontrado morto dentro de uma caminhonete com marcas de bala. O crime aconteceu nos arredores do Posto Bom Clima e está sendo investigado pela Polícia Civil do Mato Grosso.
De acordo com informações da Polícia Militar, a equipe que patrulhava a região se deparou com um acidente envolvendo a caminhonete de Everton e uma F-350 verde. Ao chegarem próximo, os policiais constataram que o ex-jogador já havia sido atingido por tiros, e não tinha mais sinais vitais. Testemunhas contaram que o auto dos disparos estava dentro do outro veículo com a vítima, mas fugiu logo após os disparos, trocando de carro para escapar. A Samu foi acionada, porém só confirmou a morte no local.
Uma mulher procurou a delegacia para se contar que seu ex-marido tinha sequestrado Everton pouco antes do homicídio, utilizando o mesmo carro onde foi encontrado. A principal suspeita da polícia é de que o crime tenha ocorrido por motivação passional, com base nos primeiros depoimentos colhidos e circunstâncias do assassinato. A investigação agora tenta confirmar essa versão e identificar os envolvidos.
Natural de Várzea Grande-MT e vinha de uma família tradicional da cidade, Everton “Boi” era filho do ex-goleiro João Fagundes da Conceição, conhecido como “Fagundão”, que defendeu o Operário Várzea-grandense nos anos 1980. Criado entre os bairros Cristo Rei e Jardim Glória, Everton estudou em colégios locais antes de se destacar no esporte. Iniciou no vôlei ainda na adolescência e rapidamente chamou atenção por seu porte físico e altura (1,97m), além da potência ofensiva.
Com apenas 16 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira infanto-juvenil e integrou a equipe que conquistou o título mundial de 1995, em Porto Rico. No ano seguinte, também foi campeão sul-americano da categoria, no Paraguai. A performance nas categorias de base e lançou para o voleibol profissional, onde fez uma grande carreira com passagens marcantes por clubes nacionais e internacionais.
No Brasil, atuou por equipes como Fiat/Minas, Suzano, São Caetano e Vôlei Futuro. Jogando como oposto, era conhecido por sua força no ataque e por liderar estatísticas de pontuação. Atuando fora do país, passou por clubes da Espanha, Argentina e Japão. Retornou ao Brasil no fim da primeira década deste século e se aposentou no Cuiabá Vôlei Clube, onde também colaborou com projetos locais de desenvolvimento esportivo.
Anteriormente com passagem pela polícia por falsidade ideológica, Everton era uma figura reconhecida no meio esportivo do Mato Grosso, e respeitado pela sua história dentro de quadra. Sua morte gerou grande comoção de todos que o acompanharam durante os anos de 1990 e 2000.