Suspeita de corrupção em Copa que o Brasil decepcionou vem à tona décadas depois

Nesta quarta-feira (25/06), a Federação Alemã de Futebol foi condenada por evasão fiscal, no caso judicial que iniciou com uma suspeita de corrupção no processo de escolha do país para sediar a Copa do Mundo de 2006. Na realidade, a suspeita de compra de votos se transformou um caso de sonegação de impostos, gerando uma multa à entidade.

A decisão encerrou um processo que durou aproximadamente 10 anos, motivado pelas alegações de que a Alemanha usou um fundo secreto para comprar votos de membros, do então Comitê Executivo da FIFA, para garantir a realização do torneio no país europeu.

Um tribunal regional de Frankfurt multou a federação, conhecida pela sigla alemã DFB, em 110 mil euros (cerca de R$ 702 mil), no fim de um julgamento de quase 16 meses, após a finalização do processo de investigação. Os promotores pediam uma multa maior após a acusação de que a entidade não pagou cerca de 2,7 milhões de euros em impostos relacionados ao pagamento de 6,7 milhões de euros à FIFA, em abril de 2005.

Este empréstimo destruiu um empréstimo que o alemão Franz Beckenbauer, chefe do comitê organizador do Mundial, havia contraído três anos que antecederam, junto a Robert Louis-Dreyfus, ex-executivo da Adidas e até então coproprietário da agência de marketing Infront.

O dinheiro foi direcionado por meio de um escritório de advocacia suíço para a empresa do Catar, pertencente a Mohammed Bin Hammam, então membro do Comitê Executivo da FIFA. A motivação do envio da verba nunca foi determinada.

Presidente da DFB na época, Theo Zwanziger, disse à revista Spiegel em 2015, que “havia com certeza um fundo secreto na candidatura alemã à Copa do Mundo”. Em seguida, ele acusou seu sucessor, Wolfgang Niersbach, de mentir sobre o assunto. Ambos faziam parte do comitê organizador do Mundial de 2006.

A DFB escondeu o reembolso do empréstimo como uma contribuição para uma festa de abertura da Copa do Mundo que nem aconteceu. Eles ainda teriam declarado falsamente o gasto como despesa comercial após um ano.

Zwanziger,Niersbach e o secretário-geral da DFB, Horst R. Schmidt, foram inicialmente acusados no julgamento. O processo contra os três, que negaram as acusações de evasão fiscal, acabou sendo arquivado após o pagamento das multas.

“O tribunal está certo, sem dúvida, de que a DFB sonegou impostos e que os envolvidos toleraram isso”, declarou a juíza Eva-Marie Distler, em comentários divulgados pela agência de notícias DPA.

A DFB foi inicialmente multada em 130 mil euros, porém 20 mil euros firam dispensados devido a “atrasos processuais” no caso. A entidade tem uma semana para recorrer.

Copa de 2006

Na época, o Brasil chegava a disputa do torneio mundial como grande favorita, por ser os atuais detentores do título e por ter um elenco mais qualificado, com Ronaldinho, Ronaldo, Kaká e Adriano nos seus auges. Contudo, a seleção decepcionou nas quartas de final e foi eliminada pela França, com gol de Thierry Henry. Na final, a Itália bateu os franceses nas penalidades, em duelo inesquecível por conta da cabeçada de Zidane em Materazzi.

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