No futebol a carreira de um atleta pode ir do céu ao inferno em um piscar de olhos. Quem poderia imaginar que um jogador, considerado o Rei das Américas, em 2017, poucos anos depois estaria passando por uma grande má fase e hoje cogita a aposentadoria aos 32 anos?
Esse é o caso do atacante Luan Guilherme, ídolo do Grêmio. Natural de São José do Rio Preto (SP), o atleta iniciou a sua trajetória no interior de São Paulo, pelo modesto Tanabi. Mas foi pelo Grêmio, o seu terceiro time na carreira, que o atacante viveu momentos de glória. Contratado pelo Imortal em 2013, aos 20 anos, ainda para atuar nas categorias de base, Luan rapidamente conquistou espaço no clube gaúcho e tornou-se um dos principais jogadores do time.
Em 2015, Luan já figurava na lista dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro e despertava os olhos da mídia nacional. No ano seguinte o atleta foi convocado pela seleção brasileira para disputar as Olimpíadas com a missão de conquistar o primeiro título olímpico da Amarelinha. O resultado não poderia ser diferente, Luan agarrou a chance sendo titular durante praticamente toda a campanha e saiu campeão.
Na mesma temporada, além do título com a seleção brasileira, o atacante também venceu o seu primeiro campeonato pelo Grêmio: a Copa do Brasil, diante do Atlético-MG. Já em 2017 o ano teve ainda mais magia. Na oportunidade Luan conquistou a Libertadores, marcando um golaço na final. Não bastasse foi eleito o melhor atleta da competição e o Rei da América, prêmio concedido ao melhor jogador de futebol do continente.
Uma carreira sólida parecia estar sendo consolidada no entorno de uma das maiores promessas do futebol brasileiro. No entanto não foi bem assim que aconteceu. Nos anos subsequentes Luan viu o seu “império” desmoronar. Apesar de ainda ter conquistado mais alguns títulos pelo Grêmio, como o bicampeonato gaúcho (2018-2019) e a Recopa Sul-Americana (2018), o atacante já tinha caído de produção.
Em 2019, portanto, o Grêmio decidiu se desfazer da sua joia e vendeu Luan ao Corinthians por apenas cinco milhões de euros, um valor relativamente baixo pelo que se esperava do atacante, ainda mais tratando-se de uma transferência que favoreceria um rival brasileiro.
Corintiano desde pequeno, Luan acreditava que poderia dar a volta por cima atuando pelo time do coração. Entretanto, a euforia durou pouco. No Timão o atacante conviveu com uma série de lesões e polêmicas. O consumo exagerado de álcool foi um dos grandes fatores que influenciaram no baixo rendimento do atleta. A maior polêmica aconteceu no final da sua passagem pelo time do Parque São Jorge, em 2023, quando o jogador foi agredido por torcedores em um motel na cidade de São Paulo.
Em declínio, Luan teve a chance de reconstruir a sua carreira pelo Vitória, em 2024. No entanto o atacante não se adaptou e deixou o clube em poucos meses. Agora, sem atuar há cerca de um ano, o atacante tem avaliado propostas de alguns clubes, mas pondera sobre a pressão e as expectativas que uma retomada na carreira implicaria. A possibilidade de aposentadoria é considerada, especialmente se não surgir um bom projeto que vise ajudar o jogador a dar a volta por cima.
O futuro de Luan no futebol, portanto, permanece incerto. Os próximos meses serão decisivos para que ele determine se retornará aos gramados ou se encerrará a sua trajetória profissional.
