O ano de 1962 representa muito na memória dos torcedores brasileiros. Afinal de contas, a seleção de Pelé e companhia se consagraria bicampeã da Copa do Mundo naquele ano após uma vitória por 3 a 1 sobre a antiga Tchecoslováquia. No entanto, aquele ano também está marcado nos corações dos torcedores chilenos e nós vamos explicar o porquê.
Aquela, que seria a sétima edição da Copa do Mundo, aconteceu no Chile, mas o mundial quase foi cancelado ou trocado de sede naquele ano. Acontece que dois anos antes, em 1960, o país presenciou o maior terremoto da história, chegando a alcançar 9,5 graus na escala Richter. O evento, que ficou conhecido como “Sismo de Valdivia” vitimou mais de 5 mil pessoas e ocasionou uma destruição em larga escala.
Mesmo com o grande impacto causado no país, o Chile se apegou a um lema utilizado na pré-candidatura das sedes para a Copa: “Podemos fazer o Mundial amanhã mesmo, temos tudo”. Foi com essa frase utilizada para superar a candidatura da Argentina e com o empenho do povo que o Chile conseguiu realizar a maior competição de seleções do mundo.
O país conseguiu construir três estádios em tempo recorde e fazer ajustes nas outras sedes que sofreram com os impactos do abalo sísmico. Apenas quatro cidades receberam os jogos, mas nada que apagasse o brilho da competição e a esperança dos chilenos em uma campanha histórica.
Chile fez a melhor campanha nas Copas jogando em casa
E, após uma verdadeira demonstração de resistência e resiliência, o Chile conseguiu promover a disputa da Copa do Mundo. Mas “La Roja” foi além. Naquele ano, nossos vizinhos conquistaram o terceiro lugar no Mundial, o melhor resultado da história do país em suas nove participações na competição.
Com apenas 16 países participantes, os chilenos avançaram na segunda colocação do Grupo B com vitórias sobre a Suíça e a Itália, e uma derrota para a Alemanha Ocidental. Nas quartas de final, superaram uma invicta União Soviética e quis o destino que o adversário nas semi fosse o Brasil. O Chile fez um jogo duro, mas acabou saindo de campo com uma derrota por 4 a 2 com grandes atuações de Vavá e Garrincha, que marcaram os gols brasileiros.
Na decisão do terceiro lugar, o adversário foi a Iugoslávia. E um gol salvador do volante Rojas no final do segundo tempo fez a alegria dos torcedores no Estádio Nacional do Chile, que viram sua seleção fazer aquela que seria sua melhor campanha da história das Copas.
