Apito Dourado: O escândalo de corrupção que mudou o futebol português

O futebol mundial, infelizmente, não está livre dos escândalos de corrupção envolvendo atletas, arbitragem e até mesmo algumas equipes. No caso de hoje, vamos falar de um episódio que ficou conhecido como “Apito Dourado” e ganhou bastante repercussão pela forma como aconteceu, já que envolveu árbitros, dirigentes e resultados manipulados.

O caso aconteceu em Portugal e tem vários capítulos. Nem mesmo o luso-brasileiro Deco escapou das investigações. Acontece que o meia, um dos principais destaques do Porto na época, foi expulso em um jogo contra o Boavista em 2004 e, após o cartão, arremessou uma chuteira em direção ao árbitro. Certamente, ele pegaria um ganho maior de suspensão pelo ocorrido.

Porém, o dirigente do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, conseguiu convencer a Liga Portuguesa a não punir o jogador. O motivo: ele era uma das principais esperanças de Portugal na Eurocopa daquele ano e, segundo uma “fake news” de Pinto da Costa, Deco estaria ameaçando não defender os Lusitanos na competição. A Federação, então, optou por suspender o atleta por apenas uma partida.

Investigações que levaram o nome de ‘Apito Dourado’

Ainda em 2004, mas especificamente em abril, deu-se início às investigações sobre supostas manipulações que estariam ocorrendo no futebol português. O momento levou o nome de ‘Apito Dourado’ e foi responsável por prender 16 pessoas envolvidas em casos de manipulação de resultados. Entre eles estavam o próprio Pinto da Costa e nomes como Valentim Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol.

Três anos depois, em 2007, a ex-esposa do dirigente do Porto, Carolina Salgado, escreveu um livro falando sobre o caso. Ela afirmou que os casos de corrupção efetivamente existiram e, apesar de não apresentar muitas provas concretas, ela ganhou apoio da mídia na época.

Anos depois, Pinto da Costa e outros nomes foram absolvidos dos crimes. Tanto é que o dirigente ficou na presidência do Porto por 40 anos e deixou o cargo em 2022, após perder as eleições para o ex-técnico André Villas-Boas. O ex-dirigente faleceu em fevereiro deste ano aos 87 anos.

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