FIFA se manifesta sobre Copa do Mundo com 64 Seleções em 2030
A Conmebol deseja ampliar para 64 o número de seleções participantes na Copa do Mundo de 2030, porém a entidade encontrou resistência na FIFA, que não vê necessidade de aumentar, pela segundo edição consecutiva, a quantidade de equipes no torneio. Nos últimos campeonatos mundiais, 32 time entravam em campo na fase de grupos, diferente do próximo realizado no Canadá, México e Estados Unidos, que contará com 48.
A Confederação Sul-Americana sonhava em receber mais jogos do torneio que será disputado no centenário da Copa do Mundo – a primeira edição ocorreu em 1930, jogada no Uruguai.
Em comemoração à data, o continente sediará os três primeiros jogos do Mundial, um na Argentina, outro no Paraguai e um no Uruguai. As partidas restantes serão jogadas na Espanha, Portugal e Marrocos. A intenção inicial da Conmebol de ter 64 seleções, era convencer a FIFA a sediar todo um grupo na América do Sul.
A proposta, enviada pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, durante o congresso da entidade em abril, não foi recebida por outras entidades, como Uefa e Concacaf, que se preocupam com o nível técnico da Copa com a quantidade excessiva de participantes, além da estrutura necessária para recebê-las.
“Estamos convencidos de que a comemoração do centenário será única, porque 100 anos só se comemoram uma vez. E é por isso que propomos, pela única vez, realizar este aniversário com 64 equipes, em três continentes simultaneamente. Para que todos os países tenham a oportunidade de viver uma experiência global e para que ninguém neste planeta fique de fora desta celebração que, embora seja realizada em todos os lugares, é a nossa festa”, declarou Domínguez em abril deste ano.
O mandatário voltou a conversar sobre o assunto em maio, durante o Congresso da FIFA que foi realizado em Assunção. Em seu discurso, porém, decidiu evitar a proposta e o torneio, contudo sua fala foi entendida como uma tentativa de retomar o debate.
“Somos privilegiados de sermos quem vai tomar a decisão dos 100 anos do Mundial. Convido a pensar de uma forma diferente. Todos creem que o futebol se define aqui (Congresso da Fifa), e de alguma maneira é assim. Mas não se enganem, não somos o futebol, e ele nem nos pertence. O futebol pertence ao mundo. A todas as pessoas que em qualquer canto do mundo vibram com a bola”, discursou.
Apesar dos indícios de uma negativa da FIFA, a Conmebol ainda não desistiu da ideia, como divulgou o GE. Porém, a entidade não deve reforçar uma campanha pública, mas tenta arrecadar apoio nos bastidores à espera de apenas uma oportunidade para reapresentar a proposta.